No Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica, tornando-se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas. Segundo o Ministério da Saúde foram registrados no ano de 2023, 2.711 casos, sendo 236 óbitos causados pela doença em todo o território. No Tocantins, 14 casos foram notificados e felizmente nenhum óbito.

É preciso ficar em alerta em casos de exposições à urina de ratos, principal meio de contaminação à leptospira. Ainda segundo o Ministério da Saúde, quanto às características do local provável de infecção (LPI), a maioria ocorre em área urbana, e em ambientes domiciliares.

Vale lembrar que a doença apresenta uma letalidade média de 9% e o médico-veterinário tem papel importante no controle dessa endemia, atuando de forma efetiva nos Centros de Controle de Zoonoses e também nas secretarias estaduais e municipais de Saúde.

Médico-veterinário é profissional da Saúde Única!

Veja abaixo mais sobre essa doença! 
O que é ?

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira.

Contaminação?
Ocorre a partir da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas.

Incubação?
Normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.

Chuvas
Por isso, alagamentos e inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos de leptospirose.

Sintomas
As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros graves, associados a manifestações fulminantes.

Na fase precoce:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dor muscular, principalmente nas panturrilhas
  • Falta de apetite
  • Náuseas/vômitos

Na fase tardia:

  • Síndrome de Weil – tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias
  • Síndrome de hemorragia pulmonar – lesão pulmonar aguda e sangramento maciço
  • Comprometimento pulmonar – tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica
  • Síndrome da angustia respiratória aguda – SARA
  • Manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central

Tratamento

Para os casos leves, o tratamento é ambulatorial com uso de antibióticos;

Nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade média, que chega a 9%.

Ao suspeitar da doença, procure imediatamente um serviço de saúde e relate o contato com exposição de risco.

Prevenção
Controle dos reservatórios (roedores e outros animais);

Melhoria das condições de proteção dos trabalhadores expostos;

Melhorias das condições higiênico-sanitárias da população, e das medidas corretivas sobre o meio ambiente, diminuindo sua capacidade de suporte para a instalação e proliferação de roedores.

Ascom CRMV Tocantins
Palmas, 19 de janeiro de 2024.