Agosto chegou e com ele a campanha de conscientização e combate à Leishmaniose Visceral Canina, também conhecida como calazar. A doença é transmitida para animais e humanos por meio da picada de insetos fêmeas infectadas, conhecido popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Endêmica no Brasil, a leishmaniose é registrada em 25 das 27 unidades federativas do País, tornando-se um grave problema de saúde pública.

Dados da OMS – Organização Mundial de Saúde apontam que dois milhões de pessoas são infectadas anualmente no mundo. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS), a média é superior a três mil casos anuais e a letalidade gira em torno dos 7%, tendo como fator de imensa preocupação a elevada concentração de casos na faixa etária de zero a 14 anos. No Tocantins, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde, de janeiro a junho, foram registrados 42 casos em humanos em 2023.

Estes números são preocupantes já que a doença não apresenta cura parasitológica para animais ou humanos, explica a presidente do CRMV Tocantins Márcia Helena da Fonseca. “O médico-veterinário exerce um trabalho fundamental, o que o torna essencial na vigilância, prevenção e controle de zoonoses. É o médico-veterinário que vai identificar a doença, prescrever tratamento para o animal, se possível, e comunicar agentes de saúde local. Por isso é tão importante, que os tutores levem seus animais regularmente ao médico-veterinário a qualquer mudança de hábito dos animais e indício de doença”, explicou Márcia.

Com alto poder endêmico, a zoonose deve ser combatida com ações de prevenção. Uso de repelentes à base de piretróides (sprays e coleiras), telagem em canis, portas e janelas, além da limpeza de quintais e terrenos, a fim de alterar as condições do meio que propiciem o estabelecimento de criadouros do vetor da doença, o mosquito palha.

Sintomas
No ser humano, os sintomas são: febre prolongada, perda de peso, falta de apetite e aumento do fígado e baço. Se não tratada a tempo, a leishmaniose visceral tem alto índice de mortalidade em pacientes imunodeficientes portadores de doenças crônicas. Nos cães, aparecem lesões de pele, perda de peso, descamações, crescimento exagerado das unhas e dificuldade de locomoção. No estágio avançado, o mal atinge fígado, baço e rins, levando o pet ao óbito.

Saiba mais sobre a doença com o Guia de Bolso da Leishmaniose clicando aqui (https://www.cfmv.gov.br/guia-de-bolso-sobre-leishmaniose-visceral/comunicacao/publicacoes/2020/11/02/#1)