Mais de 100 acadêmicos e profissionais participaram na tarde da última sexta-feira, dia 13, da VI edição da Zootins – Semana de Zootecnistas do Tocantins, que foi marcada por quebra de paradigmas e muita emoção dos profissionais palestrantes.

A abertura do evento, que aconteceu dentro da programação da Agrotins – Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins, foi realizada pela presidente do CRMV Tocantins Márcia Helena da Fonseca, que falou da satisfação de realizar o evento no Dia do Zootecnista. “O Conselho representa a classe, que é tão importante para o agronegócio brasileiro e o debate sobre a profissão e seu papel no mundo irá fortalecer e enriquecer ainda mais o trabalho do zootecnista”, disse, completando que o Conselho está à disposição dos profissionais.  

Na sequência, o zootecnista, professor da Unicatólica e conselheiro efetivo do CRMV Thiago Fontolan Tardivo ministrou palestra abordando o tema “Conselho Regional e sua atuação com a Zootecnia”, mostrando números de inscritos e quantidade de zootecnistas nas cadeiras do Conselho Federal e do Regional do Tocantins. “O CRMV é a autarquia que nos representa e deixo aqui o questionamento: porque somos tão poucos registrados? O que está acontecendo? Precisamos mudar essa realidade e trabalhar pela classe, participar ainda mais”, comentou.

A professora, zootecnista e membro da Comissão Técnica de Zootecnia do CFMV – Conselho Federal de Medicina Veterinária Kênia Rodrigues veio logo em seguida, com a palestra “A atuação da Zootecnia dentro do CFMV”, e alertou os presentes sobre o papel de cada um dentro da estrutura política. “Não estou falando de partidos a ou b, estou falando de você cobrar na Câmara de Vereadores por ações que defendam a classe. Comece por lá. Vocês precisam atuar na luta e defesa da profissão de vocês também”, declarou, defendendo que a base da zootecnia é a bioquímica, a matemática, enquanto veterinária é clínica.  

O coordenador do curso de Zootecnia do IFTO falou sobre “O papel dos zootecnistas nas Terapias Assistidas por Animais” e abriu os olhos dos presentes para o enorme mercado de trabalho dos profissionais. “Em São Paulo, por exemplo, tem uma clínica de terapia assistida por animais que tem fila de espera de três meses e o Responsável Técnico é um zootecnista, que é multidisciplinar e que vai encontrar a ferramenta correta para o trabalho correto. Vamos sair do jargão de somente nutrição e manejo. O mercado de trabalho é muito amplo”, disse o zootecnista, acrescentando que a maioria dos profissionais em formação hoje são mulheres. “Outro paradigma a ser quebrado é de que mulheres não podem trabalhar na área. Podem sim e não deixam nada a desejar”,  pontuou.

Na roda de conversa, mediada por Thiago Tardivo a emoção rolou solta quando os profissionais convidados das áreas de pesquisa, educação, setor público e setor privado deram seus depoimentos sobre a profissão. Para todos, a zootecnia é uma paixão e proporciona muitas oportunidades de transformação e crescimento. “Fico emocionado de falar porque sou apaixonado mesmo. É uma área que quando a gente faz, se apaixona, é muito bom. E o mercado de trabalho é imenso, pessoal. Estamos com déficit de profissionais no campo. Vocês não têm noção de como a demanda é grande. Cada vez mais, precisamos produzir muito com pouco”, falou Matheus Guimarães, da empresa Tec Agropec.

A pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura Dra. Flávia Tavares explicou que a profissão exige multidisciplinaridade e é preciso buscar capacitação frequentemente. “Troquem conhecimento, se apresentem às empresas, façam estágios, façam cursos, descubram com o que gostam de atuar”, disse, acrescentando que a Embrapa também recebe estagiários de zootecnia.

Para a professora da UFNT/ABZ Dra. Carolina Conti, outra habilidade que precisa ser trabalhada pelos profissionais é a de lidar com pessoas. “Trabalhamos com animais para as pessoas e isso também é um aditivo grande no currículo, um diferencial importante de um profissional para outro”, pontuou.

A professora e coord. do curso de Zootecnia – UniCatólica Kedma Nayra sugeriu aos acadêmicos que busquem as oportunidades. “Não esperem que as chances apareçam, caiam de paraquedas na sua frente. Corra, vá atrás, faça estágio, se envolva nos centros acadêmicos e atléticas. Quando nos ligam perguntando se temos estudantes para indicar para estágios, são dessas pessoas que nos lembramos”, falou Kedma.  


O zootecnista e funcionário público da Seagro Arthur Emílio França argumentou que é preciso buscar ser o melhor em tudo o que fizer sempre, e o sucesso e a realização profissional chegarão.

Para a estudante de zootecnia do IFTO Natália Lança, a Zootins foi um divisor de águas, quebrando muitos paradigmas e tabus. “A Zootins mostrou que existem muitas áreas para trabalhar, além da bonivocultura, além do corte, quebrando esse tabu de que zootecnia é só isso. Também achei interessante o empoderamento que deram para nós mulheres, porque não é fácil trabalhar nessa área onde se tem a cultura de que é feita por homens, mas não devemos desistir”, finalizou empolgada.

Ascom CRMV Tocantins
Andressa Figueiredo
Palmas, 16 de maio de 2022.