Duas pesquisas 100% coordenadas e executadas por médicos veterinários e estudantes de veterinária da UFT – Universidade Federal do Tocantins, da cidade de Araguaína, a 380 km de Palmas, estão chamando a atenção dos tocantinenses. Os estudos epidemiológicos são inéditos, começaram no dia 08 de fevereiro, e irão coletar amostras de 600 voluntários, com o objetivo de mapear o real nível de infecção por Covid-19 na cidade.

De acordo com o professor, coordenador das pesquisas e membro do Programa de Pós Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública (PPGSASPT) José Carlos Ribeiro Júnior, toda a parte laboratorial e epidemiológica das pesquisas serão executadas exclusivamente por médicos-veterinários e acadêmicos. Para a coleta de material humano, as pesquisas contam com a colaboração de um técnico de enfermagem e de duas enfermeiras. “Vamos realizar a análise sorológica do nível de infecção dos pacientes positivos para Covid -19, e também uma pesquisa da fase aguda de infecção, descobrindo quem está com a Covid ativa”, explicou o professor, garantindo que “os dados poderão embasar políticas públicas e fundamentar o plano de vacinação municipal”.

Além disso, segundo José Carlos Ribeiro Júnior, as pesquisar vão colocar Araguaína em lugar de destaque no contexto nacional, levantando dados tanto para o Serviço de Saúde quanto para a gestão estratégica e epidemiológica de outras doenças de etiologia viral.

A presidente do CRMV – Conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia do Tocantins, Márcia Helena da Fonseca, elogiou o trabalho dos estudantes e médicos -veterinários e foi voluntária, cedendo amostras para os estudos. “É uma doença nova e com os casos assintomáticos e de sintomas leves, os órgãos de saúde não têm uma noção real de quantas pessoas foram contaminadas pelo vírus. É fundamental pesquisas como essa para que possamos esclarecer ainda mais como o vírus age”, explicou ela.

As pesquisas estão sendo realizadas em um stand do Parque de Exposições da cidade. O projeto segue um modelo matemático com amostragem superior à quantidade mínima necessária para uma cidade com 180 mil habitantes. O método dividiu Araguaína em cinco regiões e deve aplicar mais testes em áreas que houver mais moradores por metro quadrado. O nível de confiança do estudo é de 95%. Para tanto, serão usados dois testes diferentes, o Elisa, que usa amostra de sangue para reações antígeno-anticorpo detectáveis, e RT-PCR, que usa coleta de mucosa por swab.

Realizadores
São responsáveis pelo estudo a UFT, em parceria com a Prefeitura de Araguaína, a Aciara – Associação Comercial e Industrial de Araguaína, o SRA – Sindicato Rural de Araguaína e o Ministério Público do Trabalho, que direcionou recursos para a aquisição dos testes de um dos projetos.

Ascom CRMV Tocantins
Andressa Figueiredo