Em 1º de julho de 1921, foi desenvolvida a fórmula final do imunizante contra a tuberculose. Um marco para a história da saúde pública mundial, já que a doença, também conhecida como peste branca, matava 7 milhões de pessoas por ano. Em 2021, em meio a uma pandemia, a vacina BCG  fez 100 anos de existência, sendo responsável por salvar a vida de bilhões de pessoas.

Apesar disso, poucas pessoas sabem detalhes do imunizante e que os responsáveis por ela foram os franceses  Jean-Marie Camille Guérin, médico-veterinário e microbiólogo e León Charles Albert Calmette, médico e bacteriologista.  O trabalho dos profissionais durou mais de 13 anos de estudos e cerca de 230 tentativas até encontrarem a vacina mais eficaz contra o bacilo Mycobacterium bovis.

“Nestes últimos dois anos, com a toda a discussão sobre a eficácia das vacinas, é muito importante relembrarmos a história de outros imunizantes, como a BCG. Ela conteve uma doença que até então ninguém sabia como tratar ou prevenir. Ela tinha transmissão rápida e matava milhares”, comentou a médica-veterinária e presidente do CRMV Tocantins Márcia Helena da Fonseca.

E o ato de vacinar-se, antes pouco popular, hoje é tão comum que muitas vezes a pessoa não sabe nem para qual finalidade a vacina serve. Por exemplo, você sabia que a cicatriz que todos têm no braço é da vacina BCG? A marca aparece devido a reação do corpo a bactéria Mycobacterium bovis, que contém o vírus da doença, só que de forma anulada e inofensiva.

Doença
A tuberculose é uma doença infecciosa crônica causadas por várias espécies de bactérias do gênero Mycobacterium. A forma clínica mais frequente é a tuberculose pulmonar causada pelo M. tuberculosis (bacilo de Koch), mas podem ocorrer lesões cerebrais (neurotuberculose), osteoarticulares, cutâneas (lúpus).

Contágio
“A contaminação ocorre de duas formas: pela aspiração de bactérias expelidas pelos doentes (via respiratória) ou pela ingestão de leite contaminado por M. Bovis (via gastrointestinal), por isso é tão importante a pasteurização do leite até hoje”, comentou Márcia Helena, acrescentando que o trabalho do médico-veterinário no Serviço de Inspeção e nas Agências de Defesa Agropecuária resguardam a produção, armazenamento e comercialização dos alimentos de origem animal. “O médico-veterinário atua em mais de 80 áreas e protege a saúde do homem também, garantindo que os alimentos de origem animal, carne, leite e ovos estão próprios para o consumo, por exemplo”, explicou Márcia Helena.

Ascom CRMV Tocantins
Andressa Figueiredo
Palmas, 13 de outubro de 2021.