Neste 7 de abril, no Dia Mundial da Saúde, o mundo enfrenta a pandemia de covid-19 que desestabilizou a saúde em todos os países. A data, instituída em 1950 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), promove em 2021 uma campanha com o tema “Construindo um mundo mais justo e sustentável”. Aos líderes, cabe garantir que todos tenham condições de vida e de trabalho que favoreçam uma boa saúde e acesso a serviços de saúde de qualidade, quando e onde precisarem. 

“Todos têm um papel a desempenhar, em especial os médicos-veterinários e zootecnistas”, destaca o secretário-geral do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Helio Blume. “Cuidar da saúde é garantir que todas as pessoas e comunidades tenham acesso aos serviços de saúde sem qualquer tipo de discriminação e sem sofrerem dificuldades financeiras. Abrange toda a gama de serviços de saúde, incluindo promoção prevenção de doenças, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, que devem ser de qualidade, integrais, seguros, eficazes e acessíveis a todos”, afirma.

Um Novo Olhar!
Por Nélio Batista de Morais, presidente da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária (CNSPV) do CFMV

As contínuas e aceleradas alterações do meio ambiente implicam em desequilíbrios ambientais que geram constantes processos em cadeia, interferindo em ecossistemas que repercutem na fauna, flora e cadeia alimentar das espécies nativas. Por sua vez, processos dessa natureza atuam como fatores de potencialização do surgimento de novos patógenos e recrudescimento de outros agentes que se encontravam controlados.

O mundo assiste, há alguns séculos, a processos de instalações de enfermidades emergenciais, muitas delas ocorrendo de forma pandêmica e causando imensos transtornos sanitários, sociais e econômicos ao planeta. Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), cerca de 60% das doenças humanas têm em seu ciclo a participação de animais, portanto, são zoonóticas, assim como 70% das doenças emergentes e reemergentes.

Nas últimas décadas, logrou-se importantes avanços na saúde, destacando-se a redução da mortalidade infantil, o controle e redução de doenças imunopreveníveis e o aumento da expectativa de vida. Porém, as iniquidades ainda ocupam um cenário relevante e preocupante como um forte determinante social a apontar problemas epidemiológicos plenamente evitáveis. Por outro lado, o modelo de saúde hospitalocêntrico ainda é predominante no mundo. A Medicina curativa sobrepõe a preventiva e, com isso, os fatores determinantes e condicionantes ainda são superados pelos terapêuticos e até mesmos cirúrgicos.

Emerge-se uma mudança no modelo de saúde mundial, baseado no protagonismo da promoção e prevenção, cujos os enfoques primários e centrais sejam o ambiente, a vigilância de animais, os territórios homogêneos, a intersetorialidade, as redes de atenção à saúde e a integração entre a vigilância e a assistência. A identificação do novo coronavírus (SARS-CoV-2) reflete a importância de utilizar a Saúde Única como política de governo para que, através dela, seja possível a mudança de visão e atuação da saúde planetária, com obtenção de retornos e resultados concretos em busca de uma maior e melhor qualidade de vida para a população.  

Assessoria de Comunicação do CFMV