Professores e acadêmicos de medicina-veterinária, em pesquisa, encontraram  quatro variantes diferentes do vírus SARS-CoV-2, popularmente conhecida como Covid-19, circulando na cidade de Araguaína, a 380 km de Palmas, região Norte do Estado. O estudo foi iniciado dia 08 de fevereiro e coletou aleatoriamente 536 amostras de cidadãos de várias regiões da cidade. Esta é a primeira confirmação das variantes no Tocantins, que ajuda a monitorar o vírus e também podem auxiliar na tomada de decisões dos órgãos de saúde. Os resultados completos serão divulgados na próxima semana.

O professor e coordenador explica que durante o estudo sequenciaram seis genomas, duas são da variante que surgiu no Amazonas e que tem sido considerada a mais transmissível e perigosa por conter uma carga viral elevada. Uma das linhagens está ligada à variante da África do Sul e outras duas ligadas as variantes que surgiram no Reino Unido. A última é de uma sequência que foi identificada no Rio Grande do Sul.

Vale a pena destacar que genomas com mutações semelhantes formam as chamadas “variantes”, “cepas” ou “linhagens” do vírus — que, apesar de abrigar essas diferenças internas, continua sendo o SARS-CoV-2. Os estudos estão sendo realizados em todo o mundo, monitorando se tais mutações dão mais poderes ao SARS-CoV-2 — por exemplo, favorecendo sua capacidade de transmissão ou a gravidade da infecção.

De acordo com o professor e um dos coordenadores das pesquisas, o também médico-veterinário José Carlos Ribeiro Júnior, as pesquisas foram realizadas por docentes e acadêmicos de medicina veterinária, reforçando o papel e a importância deste profissional para a Saúde Pública. “Os sequenciamentos genéticos foram enviados e feitos na UNB. Os primeiros resultados mostraram que as variantes são circulantes no Tocantins e devemos divulgar e alertar a população”, comentou.

Para a presidente do CRMV – Conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia do Tocantins, Márcia Helena da Fonseca, as pesquisas provam a gravidade e rapidez na propagação das novas variantes do vírus, enfatizando a importância dos cuidados de prevenção. “Algumas pessoas duvidavam que já tínhamos linhagens das mutações da África do Sul e Reino Unido circulando por aqui e o estudo mostra que temos sim”, pontuou.

Realização

São responsáveis pelo estudo a Universidade Federal do Tocantins, Universidade Federal do Norte do Tocantins, Universidade de Brasília, em parceria com a Prefeitura de Araguaína, a Aciara – Associação Comercial e Industrial de Araguaína, o SRA – Sindicato Rural de Araguaína e o Ministério Público do Trabalho, que direcionou recursos para a aquisição dos testes de um dos projetos.

Ascom CRMV Tocantins
Andressa Figueiredo