Fazer a diferença no mundo, ter orgulho do que faz e ser apaixonado pela sua profissão. Assim sente-se o zootecnista Athila Damasceno Martins, que foi entrevistado pelo CRMV – Conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia, em comemoração ao mês do Zootecnista. O objetivo é que a comunidade e os profissionais conheçam os zootecnistas que fazem acontecer por aqui e ajudam a fortalecer o agronegócio regional e nacional. O tema da campanha do Sistema CFMV/CRMVs, no mês de maio, é ‘Zootecnista: gente que faz acontecer!’.

E Martins faz acontecer na região Norte do Estado, na cidade onde nasceu, Araguaína, a 380 km de Palmas. Ele se formou pela UFT – Universidade Federal do Tocantins, e atualmente atua como zootecnista com especialização e mestrado em Bovinocultura de Corte. Presta serviços como técnico da Embrapa e da JDM Consultoria Rural, além disso ele é professor no Curso de Agronomia e Engenharia de Produção no UNITPAC, ensinando e estimulando novos profissionais a fortalecerem o setor.

Setor este, segundo Martins, responsável por amenizar a fome no mundo, e aí entra o zootecnista, fundamental nessa atividade, mostrando que é possível produzir alimentos respeitando a natureza e os animais. “O que mais me orgulha é a Zootecnia como ciência. Ciência essa capaz de proporcionar conhecimento para o desempenho animal, focando sempre no conforto e bem-estar, e mostrando na prática que é possível uma produção com respeito ao meio ambiente, aos animais e aos seres humanos”, comentou Martins, que escolheu a profissão por causa do amor à criação de cavalos e bovinos que sente desde menino.

“Quando você compra a melhor ração para o seu pet, por exemplo, tem um zootecnista que passou por lá, para balancear a ração, fazer o controle de qualidade e planejar pesquisas que contribuam para a melhor saúde e desempenho de seu animal”, explicou Martins, acrescentando que a profissão está em ascensão em todo o país, e não seria diferente no Tocantins. “O estado tem sua economia estruturada na bovinocultura de corte, com solos de baixa e média fertilidade, fazer ciclos produtivos eficientes é praticamente impossível sem o conhecimento de um profissional especialista nas interações entre solo, planta e animal, como o zootecnista”, explicou, completando que o Tocantins é forte em pecuária, tem apresentado expressão na produção de soja e grande potencial para a piscicultura.

Além do grande potencial para produção de alimentos, o Estado ainda conta com um dos melhores Cursos de Zootecnia do País na Universidade Federal, e ainda tem a Embrapa Aquicultura e Pesca e os órgãos de fiscalização e extensão rural para auxiliar na organização e fortalecimento do setor. “O Tocantins é o berço do desenvolvimento rural sustentável com programas como ABC Corte e ABC Soja Sustentável. Eles trabalham com sistemas de produção integrada com lavoura pecuária e floresta, proporcionando safras de grão e carne com baixa emissão de carbono”, diz entusiasmado.

Sobre as dificuldades da profissão, Martins comenta que é preciso ainda atuar na visibilidade e valorização da zootecnia. “Na minha primeira entrevista de emprego a pessoa disse em tom de “brincadeira” (sarcasmo) que zootecnista era instalador de arame, cerca. Eu respondi que na qualidade de zootecnista saberia sim, com muita clareza e exatidão orientar a construção de uma boa cerca, dada ainda com os espaçamentos de estacas, comedouros, bebedouros bem dimensionados e correção do solo com bom manejo de pastagens e suplementação animal. Fatores indispensáveis e chaves para o sucesso da atividade”, descreveu o profissional, que naquele momento teve a certeza de precisaria trabalhar focado no convencimento dos produtores/clientes de que a zootecnia é uma ciência completa e eficiente.

Para mudar esse cenário, que é nacional, Martins comenta que investiria mais em marketing da profissão, buscando mais união entre a classe para lutar pelos direitos profissionais.

Aos novos colegas recém formados, o zootecnista disse que repete o que lhe falaram  uma vez: “Estudem muito, e quando estiverem cansados estudem mais um pouco. Tornem-se referência na área que vocês se identificam. Lugar ao sol tem para todos, mas tem que conquistar”.

Para os zootecnistas que já se formaram, mas não atuam na área, Martins finaliza dizendo que é preciso continuar estudando, fazer especialização com o que se identifica. “Busque sua oportunidade, e tenha certeza que está fazendo sempre o seu melhor. Tudo no tempo de Deus. Sua oportunidade chegará e quando chegar abrace o mais forte que conseguir. Dedique-se, inove e faça sempre o seu melhor. Também estou em busca das minhas oportunidades, isso é uma luta constante”, pontuou.

Ascom CRMV Tocantins
Andressa Figueiredo